sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sobre o Projecto "TORGA EM SMS"

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Diário XII

Torga em SMS
Sítios

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Contributos

A coordenação do PROJECTO "TORGA EM SMS" solicitou a vários especialistas opinião sobre esta iniciativa. Mais importante que a iniciativa em si, interessa-nos conhecer as posições dos nossos convidados sobre os desafios que se colocam à Língua Portuguesa, tendo por base a generalização da "linguagem SMS" entre os jovens.

Aqui publicaremos os contributos que nos chegarem. Aproveitaremos ainda este espaço para inclusão de notícias/comentários sobre o projecto.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

A “linguagem SMS” é uma moda. Não serve para poupar caracteres (...)


O projecto “Torga em SMS” chama a atenção para as relações e práticas sociais que as denominadas “novas” tecnologias (re)inventaram. Não se trata de códigos inteiramente novos mas antes de uma reformulação dos já conhecidos. “Generation gap”? Mais do que na diferença entre gerações, talvez a questão se centre na apropriação social da tecnologia.

Do “velhinho” MIRC às actuais SMS, das newsgroups ao microblogging… a tecnologia tende a tornar-se cada vez mais imediata, social e, sobretudo, portátil. A distinção que se opera entre mundos online e offline remete para o facto de que o processo contemporâneo de desmaterialização do espaço e de instantaneidade temporal está associado ao conceito de virtual. A diferença centra-se então na questão da presença e no sentido temporal. O novo contexto espácio-temporal em que se verifica a “compressão” (ou supressão?) do tempo e do espaço remete para a não-presença física e uma relatividade do tempo, mas o virtual não é sinónimo de ausência de existência. Muito pelo contrário. Por outro lado, a definição de virtual está em permanente mutação.

As “novas” tecnologias trazem ao Homem um novo desafio: o de reequacionar a realidade e reelaborar a imagem do “eu”, dos “outros” e do mundo. A comunicação enquanto processo de interacção e vice-versa é uma ideia central na análise das tecnologias multimédia. Este fenómeno estabeleceu novos conceitos de espaço e tempo na interacção social, dos quais emergem novas e diferenciadas formas de sociabilidade e uma readaptação da linguagem. Estas alterações devem-se à transição de paradigma da comunicação, que interfere directamente na dimensão social. Por outro lado, a passagem da Cultura de Massas para a era da Cibercultura não sintetiza um processo de exclusão. Mas antes que traduz uma adaptação.

Essencialmente no decorrer da última década, os vectores de mudança remeteram para uma transição da massificação para a individualização, permitindo uma progressiva transformação da era da informação em era da pós-informação. A ideia de individualização centra-se na perspectiva de personalização da comunicação, permitindo alterações na interligação com os outros e com o mundo. No entanto, do ponto de vista social parece evidente que o paradigma é o do colectivo.

A técnica permitiu a emergência de uma nova sociabilidade. É um facto inegável. Mas a sua caracterização é complexa, já que falamos de um “alvo em movimento”, que tem por base a exclusão do determinismo territorial e pode operacionalizar (nas sociedades ditas “info-incluídas”) uma divisão social e cultural de indivíduos. Características assustadoras desta nova sociabilidade são a especialização excessiva, a deslocação da realidade social e económica, o desinteresse político, a anulação do conceito de leitura linear e o desenvolvimento de uma linguagem própria como bem demonstra o projecto “Torga em SMS”. No entanto, a informatização da sociedade é um processo lento mas progressivo. E julgo que as “net generations” que vão nascendo (e aqui não se fala de idade) ultrapassam a geração SMS. A utilização da técnica em termos sociais e educacionais tende a alterar a perspectiva da geração telemóvel – que não é necessariamente “info-incluída” nem se pode confundir com a tão aclamada “net generation”. Por outro lado, considero que a ligação entre diferentes aplicações e equipamentos tende a criar espaços próprios, com linguagens próprias, mas centrados na glocalização e menos “grupais”.

A “linguagem SMS” é uma moda. Não serve para poupar caracteres e está inteiramente associada a uma tribo. Não vai desaparecer, mas não se integra com as restantes tecnologias e será absorvida por outros códigos e linguagens reformulados pela técnica. A utilização das tecnologias não pode ser alheia à Escola e será esse o ponto de viragem. Mas note-se: não vamos lá com o “marketing Magalhães”. É importante não esquecer que à mulher de César não basta ser séria, é preciso parecê-lo.

Inês Amaral, Mestre
Docente do Ensino Superior, ISMT
Investigadora

segunda-feira, 25 de maio de 2009

É a voragem da vida que nos faz abreviar o bom que ela pode comportar


Tenho de começar por felicitar os organizadores do projecto “Torga em SMS” pelo facto de se terem debruçado sobre temas quanto a mim de importância crucial nos dias que correm e, como tal, terem espicaçado e provocado o debate.
Linguagem SMS...Torga em SMS...o futuro da linguagem...o que dizer?
Desde logo se me levanta uma questão. Um paradoxo, talvez. O que é que a superficialidade da escrita SMS tem a ver com a profundidade da escrita de Torga? Do Torga ligado à terra, à natureza, à alma da linguagem e dos afectos. O que senti, lendo partes do Diário XII escritas pelo autor e depois convertidas para SMS? Confesso que foi muito estranho para mim. Por vezes intragável.

Sem dúvida que as novas tecnologias ligadas às áreas da comunicação vieram alterar a forma como nos entrosamos, como nos vemos (ou deixamos de ver?) uns aos outros, modificando igualmente os hábitos e as formas de linguagem. No fundo, trata-se de um acompanhar dos novos tempos. A vida corre, foge, o quotidiano sorve-nos. Constantemente se ouve dizer “não tenho tempo, não tenho tempo! Qualquer dia (o dia que depois não chega) vou fazer-te uma visita”. Entretanto vão-se trocando umas SMS...”ta td bem? Co tas? Eu tou d+! Tens 9dades?”
É a voragem da vida que nos faz abreviar o bom que ela pode comportar. Não há tempo. Não há disposição. Adia-se. Adia-se sempre. Às vezes para sempre.

No entanto, e se quisermos ser simplistas, até se pode dizer que os telemóveis e a net fizeram explodir o fenómeno da escrita. Democratizaram-na. Toda a gente envia mails, todos escrevem SMS (Portugal não é um dos países com mais telemóveis por agregado familiar?). Pois é! Mas acontece que se escreve cada vez pior. Em especial a escrita literária está a deteriorar-se e cada vez mais se perde a arte de escrever. O que de mais interessante tem a escrita, que é o jogo de palavras, a possibilidade de pôr as palavras a fazer amor, a sentir, a suscitar a emoção e a inteligência, está em franco retrocesso.

Por outro lado, não deixa de ser igualmente inquietante o recuo da oralidade, de que falava há pouco. As pessoas mal se vêem, muito menos se observam ou escutam. Por onde andam os nossos sentidos? Os nossos cinco sentidos que são tão importantes em qualquer acto de comunicação? Nós comunicamos não apenas quando escrevemos, mas quando olhamos, quando tocamos, quando o nosso corpo faz determinado trejeito. Mas isso exige presença num mesmo espaço...num mesmo tempo.

É claro que não sou de modo algum contra o avanço da tecnologia. Digo mesmo que utilizo muitas vezes a net e a linguagem SMS...ainda que sem os requintes de quem a sabe escrever bem. Há benefícios evidentes. Cada vez mais as pessoas podem estar virtualmente em todos os recantos do mundo. As SMS são por vezes importantíssimas, em especial em situações de emergência e, porque não, para nos divertirmos um pouco?

Toda a tecnologia ligada à comunicação é fundamental. Só que tem de ser bem usada. E usada para os fins convenientes. Não concordo, por exemplo, que seja preciso traduzir Torga em SMS para que os jovens ou os adultos cheguem até ele, até à sua leitura. Tenho detectado que cada vez mais se está a entrar numa espécie de era da palhaçada, em que as crianças e jovens são treinados a não pensar ou a chegar a certas conclusões pela via do mais fácil. Porquê? Porquê, já que não é assim que se constrói a inteligência, pois esta necessita de desafios e não de banalidades?

Não podemos correr o risco de nos transformarmos em autómatos. Não deveremos comportar-nos como autistas relativamente a outros tipos de saberes e de cultura, pois são eles que nos estruturam enquanto seres humanos que nunca deveremos abdicar de ser. Ser é fundamental. Sentir também o é. Partilhar emoções e sentimentos num mesmo espaço parece-me ser uma experiência por vezes única.
Continuo a preferir dizer, cara a cara, olhos nos olhos, “amo-te”. É certamente bem diferente de “amo t e tu?” “Eu tb”...
Quanto ao futuro da linguagem, confio na inteligência humana. Espero que se caminhe para o bom senso e que os vários tipos de linguagem possam coexistir pacificamente, sem ocuparem espaços que lhes sejam alheios. Porque se o futuro for outro, confesso que viver neste planeta seria para mim um suplício Tentaria procurar (esperando encontrar) um ET a quem, pelo menos, pudesse tocar no dedo...e que a sensibilidade se tornasse luz!


Maria Pinto, Mestre
Docente do Ensino Superior, ISMT

sexta-feira, 22 de maio de 2009

tnt

tnt tnt, tnt tnt, tnt tnt, tnt tnt, tnt tnt…

tanto tento, tanto tinto, tanto tonto, tanta tonta, tanta tinta...

Ou será que é mesmo, e só, tnt? Esta a designação comum de uma substância com o estranho nome de trinitrotolueno – a que na tropa, quase com carinho, chamávamos, simplesmente, trotil, que era um excelente explosivo e também dos mais seguros (obviamente para quem o manuseava, mas não para quem lhe sofria as consequências...).

Esta introdução “explosiva” pretende ser modesto contributo para que se evite a “implosão” da nossa língua – como poderá suceder, a prazo, se continuarmos a ignorar este e outros fenómenos de maus tratos.
Numa altura em que se escreve de cada vez pior, esta iniciativa do Instituto Superior Miguel Torga parece-me muito meritória (as minhas felicitações para o Prof. Dinis Alves e para as alunas que arranjaram tempo e paciência para tão invulgar empreitada).

A mera leitura da “tradução” do Diário XII de Torga para “linguagem sms” é eloquente quanto à necessidade de evitar que esta nova forma de comunicação continue a propagar-se sem regras e adulterando a língua.
Ora, como dizia o Poeta, ela é a nossa Pátria – e a Pátria é algo que tem de respeitar-se e defender-se.
Se tantos o fizeram, ao longo dos séculos, empunhando armas de guerra (desde a espada de D. Afonso Henriques até às G3 que estiveram em boas mãos…), por que não se empunham, agora, as pacíficas canetas e os inofensivos teclados, e em vez de nos limitarmos a criticar os jovens (“krtkr us jvns”?...), nos adaptamos nós a estes novos métodos, descobrindo formas para que eles os utilizem sem desrespeito pelas normas.
Porque todos nós, sobretudo enquanto estudantes, utilizávamos abreviaturas para escrevinhar apontamentos nas aulas. E os jornalistas continuaram a fazê-lo antes de se vulgarizarem os gravadores. Aliás, ainda hoje, quando faço uma entrevista, mesmo utilizando o gravador – agora são digitais, já não precisam de “k7” (o galicismo cassete, de fita magnética, mas também podia ser cacete, para agredir a língua à cacetada!...) – continuo a tirar apontamentos, pois esses nunca tiveram falhas técnicas, ao contrário dos dispositivos electrónicos, que frequentemente nos “pregam a partida”!

Para bem escrever é preciso saber a correcta grafia das palavras – e isso aprende-se, sobretudo, lendo muito, mas lendo o que está bem escrito. Ora “a malta” hoje lê pouco e, também por isso, escreve de cada vez pior.
Esta realidade não se aplica só aos jovens estudantes, mas também a alguns ilustres docentes dos vários graus de ensino, do básico ao superior, e a muitos jornalistas (é ouvi-los, diariamente, na rádio e na televisão, para facilmente imaginar como devem escrever...).

Bem bastam as palavras homófonas (ou que assim parecem porque ditas ou ouvidas de forma pouco rigorosa), que geram imensos erros ortográficos, até, repito, por parte de jornalistas e de professores – as duas actividades profissionais por mim exercidas, pelo que sei do que escrevo...
Julgo que é preciso que os professores aprendam a ensinar os alunos a escrever abreviaturas.
Uma das formas mais práticas será a de pegar nas que eles agora vulgarmente utilizam nos sms e desafiá-los a escrever, por extenso, as palavras correspondentes. Tudo isto com “uns pós” de etimologia, que mostrem que “num poço posso cair” e afogar a língua...

Kekaxm?
Estou a brincar!...
Agora a sério:
Q e q achm?

Jorge Castilho
(jornalista)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A tarefa parece conter um paradoxo em si mesma...

O exercício académico de transformação do “Diário XII”, de Miguel Torga, em “linguagem SMS” acaba por ser mais um reconhecimento de que existe um processo natural de simplificação textual. Ele é evidente nas mensagens de telemóvel, nas redes sociais, na conversação feita por todos os meios na Internet. As causas são o imediatismo, a virtualização e a velocidade. O importante é a mensagem e a sua descodificação. Desde que o enunciado escrito cumpra os três tipos de actos de fala, locutório (o significado que lhe é atribuido), ilocutório (o efeito que se pretende que produza) e o perlocutório (o efeito que produz realmente), então a regra é reduzir até ao limite máximo. Podemos estar no início do alastramento desta simplificação à reserva literária.

A tarefa parece conter um paradoxo em si mesma: por um lado, sendo a linguagem SMS uma escrita mínima essencial muito próxima da representação fonética, existe a prática da lei do menor esforço e da maior rapidez na transmissão; por outro, a escrita de Miguel Torga que apresenta um movimento contrário, de abarcar por palavras as complexidades do mundo. Conciliar estes dois movimentos parece-me, apesar de tudo, um exercício interessante, na medida em que pode fomentar a curiosidade e a acessibilidade dos jovens a uma obra fundamental. Julgo que mal nenhum fará nem ao edifício literário de Torga nem à Língua Portuguesa.


Victor Pinto, Dr.
Jornalista
Docente do Ensino Superior

Caiu-se no erro peregrino de desprezar quem escreve bem


Quero felicitar vivamente a iniciativa. As nossas responsabilidades profissionais e cívicas impõem reflexão sobre o problema e consequente intervenção.

Partilho da ideia de que há abreviaturas que se suportam. Não ferem a Língua e cabem no meio de difusão. Já me preocupa que por contaminação, os jovens e não só os jovens, passem para outros suportes de escrita essas abreviaturas.

As adulterações são obviamente intoleráveis e a combater. A escola e os media em geral devem efectuar um trabalho sistematizado de preservação da Língua escrita, como de resto da falada, esta porventura mais maltratada do que aquela.

É através da Literatura que se pode e deve ensinar a Língua. Caiu-se no erro peregrino de desprezar quem escreve bem e fazer exercícios malabares nas escolas, dando por bons e paradigmáticos textos escritos por jovens, cantores, actores(?), locutores e outros "ores", que pública e notoriamente conflituam com a Língua Portuguesa.

Se bem percebo o projecto, ao colocar à disposição dos jovens textos de Miguel Torga no suporte que mais utilizam, se admitirmos que os lêem, ficarão registos subliminares não só da ortografia como da estruturação sintáctica. Como tal, podemos aspirar a que com o tempo haja uma metabolização do bom uso.

O grande trabalho tem de ser feito na Escola. Mas precisamos de certificar que os próprios professores sabem escrever.

José Henrique Dias, Prof. Doutor

ESCREVER N’AREIA

Em título uma elisão. Em tom coloquial é assim. Na ortografia formal nem pensar em tal. Por dentro da frase a rima. Uma tentativa de sentido estético, inoportuno de momento. Visto smoking na noite de gala. Calções de praia para molhar os pés à beira mar e escrever náreia. (Náreia) cheira-me a transcrição fonética. Desenho um coração. É o meu coração de apaixonado pela língua de Eça. Ora essa!

Surge uma onda a serpentear pelo desenho. Parece uma seta que atravessou o coração. Na próxima onda talvez o coração se desfaça em lágrimas. A maré está a subir ou a descer? Procuro perceber as ondas e as marés, e ver se ainda percebo o meu coração. Procuro sinais mínimos. Agora aproveitei um pouco da curva que restou do coração na areia, e faço um círculo. É um o minúsculo. Ponho-lhe um tracinho pequenino e fica um a manuscrito à beira-mar, na areia fina da praia lusitana. Pequenos detalhes que fazem a diferença. E que diferença! Escrevo na areia: amo-te. Não consigo concluir: a onda vem e desfaz. Refaço o amor e agora escrevo rápido como se fosse um estenógrafo. Pareço um adolescente apaixonado com o seu ideolecto entre pessoas tão diversas e de tantas proveniências sociais que os sociolectos espumam. Ela não vai ler a minha mensagem que escrevi na areia. A maré sobe e vai apagar o amor. Podia ter desenhado um coração na rocha e punha-lhe uma seta. Vestia-o de Cupido e por baixo do sinal pictográfico, redundante, escreveria: amo-te Teresa. Vou antes enviar-lhe um SMS. Abrevio a escrita. Pode ser mais difícil ler a mensagem, percebendo-a, do que escrevê-la. Sou da geração do HOMO DIGITALIS. Digito. Escrevo. Digo à Teresa K. a amo e que tb. penso nela à beira mar. Sei que sou correspondido. Ela está longe, mas temos trocado cartas de amor num português tão perfeito que parece florir como um amor: um amor-perfeito. Um amor eterno, como a escrita perfeita, num presente de norma linguística. Ao telemóvel, nas nossas mensagens, abreviamos o amor. Eu quero estar com ela para um amor completo, duradouro e sem desassossego. Por inteiro. Escreverei no seu corpo um poema completo. Nem as ondas, nem o tempo hão-de desfazer este poema, apenas aperfeiçoá-lo.

Sansão Coelho, Dr.
Maio,15
2009

Inimigo Público faz concorrência desleal...


Luís Pedro Nunes, infiltrado da facção "Seixo do Mal" no semanário humorístico de referência "Inimigo Público", ensaia, sem sucesso, a "Linguagem Magalhães"...
"Inimigo Público", diário "Público", 23.05.2009.
Clique em José Sócrates ou Teixeira dos Santos para aceder à página em pdf liofilizado...

Mas, como escreveria um dia um Torga cibermoderno...


Fernando Madaíl, DN Gente, 24.05.2009
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